O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega disse que sua vida
virou um inferno após ter sido preso no ano passado, acusado de pedir 5 milhões
de reais ao empresário Eike Batista para pagar dívidas de campanhas petistas.
Em entrevista para o jornal Folha de S.Paulo, Mantega admitiu que teme ser
preso novamente.
“Sim, tenho temor. Eu sou a principal pessoa que cuida da
minha mulher, que dá sustentação psicológica para ela. Temo o que aconteceria
com ela se eu fosse preso. Se você olhar as acusações, as provas, elas são
frágeis, não se sustentam. Eu espero que a Justiça faça justiça”, afirmou.
No dia em que sua prisão foi determinada, Mantega acompanhava
a mulher, Eliane, que faria uma cirurgia no hospital Albert Einstein. Ela trata
um câncer no intestino desde 2011. Os policiais foram recebidos pelo filho do
ex-ministro, de 15 anos.
“Sabe o que é uma entrada da polícia às 6h da manhã na sua
casa, inesperadamente? É um choque porque eles pegam testemunhas entre os
vizinhos, pegaram até na padaria. É uma desmoralização. Você imagina o vexame,
na sua casa, um monte de jornalista, “tá sendo preso””, disse ele na
entrevista.
Mantega negou ter participado de esquema de corrupção em que
teria sido citado pelos delatores Marcelo Odebrecht, Monica Moura e João
Santana. Ele diz que os delatores criaram “ficções” para conseguir fechar
delação premiada, inventando histórias “inverossímeis” e sem provas.
“[…] Para você conseguir uma delação, tem que entregar
pessoas do alto escalão do governo. Um ou dois presidentes [da República] e um
ou dois ministros. De certa forma é uma exigência. E aí fala do ministro sem
provas”, afirmou.
Ele diz que tem feito projetos na FGV. “Mas é só
um trabalho interno. Não estou dando aula. Participo de seminários fechados,
pequenos. Praticamente perdi a minha reputação, com mentiras, diga-se de passagem,
seja na área econômica, seja nessa questão. A minha vida virou um in
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