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GOVERNO TEMER, A VERGONHA DO BRASIL REPUDIADO PELOS TRABALHADORES |
O presidente Michel Temer está pronto para anunciar sua
renúncia ao cargo e deverá fazê-lo ainda hoje, no início da noite. Já conversou
a respeito com alguns ministros de Estado e, pessoalmente, acompanha a redação
do pronunciamento que informará o país a respeito.
Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados,
já foi avisado sobre a decisão de Temer. Ele o substituirá como previsto na
Constituição, convocando o Congresso para que eleja o novo presidente que
governará o país até o final de 2018.
A Secretaria de Comunicação Social da presidência da
República suspendeu a veiculação de peças de propaganda do governo que estavam
no ar ou que poderiam ir ao ar.
DEPOIS DE DELETAR A HISTÓRIA
DE LUTAS DOS TRABALHADORES E PROVOCAR
IRA ENTRE OS MILHARES DE BRASILEIROS, O HERODES TEMER ESTÁ COM A CARA NO CHÃO
Michel
Temer era um presidente impopular, com dois terços de rejeição do eleitorado,
amparado por uma base parlamentar majoritária, com fidelidade de até 80% em
votações a favor do governo.
O que podia parecer sólido
virou líquido às 19h30m de ontem, quando os repórteres Lauro Jardim e Guilherme
Amado revelaram na edição eletrônica do GLOBO a informação de que o dono do
grupo JBS havia documentado o presidente da República em março — em pleno
exercício do mandato — dando aval à compra do silêncio de uma testemunha,
Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, atualmente preso em
Curitiba.
Desde então, a Constituição passou a ser o segundo texto com
maior audiência de leitura, dentro e fora do Congresso.
“Vagando os cargos de presidente e vice-presidente da
República”, diz o Artigo 81 da Carta, “far-se-á eleição noventa dias depois de
aberta a última vaga".
Há dois parágrafos complementares.
O primeiro prevê: “Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do
período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”.
O segundo acrescenta: “Em qualquer dos casos, os eleitos deverão
completar o período de seus antecessores”.
A liquefação absoluta da política brasileira impede qualquer
tipo de previsão. No entanto, ontem à noite em Brasília, nenhum político
brasileiro mostrou coragem em defender a eleição indireta, caso se configure o
crime de obstrução de justiça aparentemente cometido pelo presidente dois meses
atrás.
Ao contrário, convergia-se para a aprovação de emenda convocando
eleição direta em 90 dias, a partir de uma eventual renúncia de Temer, algo que
até assessores passaram a considerar provável.
O Brasil acorda hoje na seguinte situação: depois de 32 anos de redemocratização,
tem cinco ex-presidentes vivos (José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique
Cardoso, Lula e Dilma), todos sob investigação.
Dos quatro presidentes eleitos pelo voto direto no período, dois
foram depostos por impeachment.
Temer já era um presidente “sub judice", cuja permanência
no poder seria decidida na Justiça, a partir do próximo 6 de junho. Agora, ele
pode ser investigado por obstrução de justiça. A autorização depende do
plenário do Supremo e poderá ser pedida pela procuradoria-geral.
Já nem importa o desfecho da crise. A Lava-Jato exibe o fim de
um ciclo do sistema político e eleitoral brasileiro. Novidade relevante é que,
desta vez, ninguém foi visto batendo na porta dos quartéis.
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