“Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapasse nossa interação humana, e o mundo terá uma geração de idiotas”. Albert Einstein
A tecnologia não é o sucesso que é por acaso. A facilidade que ela nos proporciona de receber e enviar informação é extremamente rápida. Com sua reinvenção a cada dia mais acelerada, ela se tornou ferramenta essencial no nosso dia a dia, tornando-se parte de nós. Mas até que ponto essa interação é saudável?
Dificilmente, nos dias de hoje, você não esbarrará em algo que envolva tecnologia, seja televisão, computadores, Vídeo Games, Smartphones, Tablets entre tantos outros, e todos eles tem a sua importância no quesito informação. Seja para o trabalho, escola, igreja, enfim, qualquer atividade estará ligada, mesmo que indiretamente, à tecnologia. Afinal, o que hoje não está ligado a um computador? Inclusive a luz que alimenta seu PC, nesse momento está ligada a alguma rede que é monitorada por computadores.
O que vai diferenciar o resultado que a tecnologia vai nos trazer é a forma que ela é utilizada.
Um grupo que tem sofrido grande influência tecnológica nos anos atuais são as crianças e adolescentes, com idades que variam entre 6 e 18 anos. A internet e aparelhos celulares são os mais utilizados, devido sua facilidade de acesso e característica portátil.
Em debate, realizado pela Fundação Telefônica, a pesquisa “Gerações Interativas Brasil” – http://blog.fundacaotelefonica.org.br/?p=2081 – levantou dados importantes sobre a relação crianças/adolescentes e a tecnologia. Os dados foram observados em crianças e adolescentes que frequentam escolas de todo o país.
Dados:
Computador
– 60% dos adolescentes e 51% das crianças têm computador em casa.
– No meio rural, o computador costuma ficar em locais comuns, ao passo que no meio urbano, geralmente, fica no quarto.
Internet
– Dos entrevistados que não têm computador, 75,3% dos adolescentes navegam na Internet mesmo assim, enquanto 47,4% das crianças agem da mesma forma.
– A região mais conectada à Internet é a Sudeste, enquanto a menos é a Norte. O Nordeste se destaca como a região de maior índice de acesso via lan houses.
Celular
– 66,9% das crianças entre seis e nove anos utilizam o celular para jogar, enquanto 23,4% mandam SMS e 11,1% navegam na Internet.
– 66,6% dos adolescentes usam o celular para ouvir música, 57,2% utilizam como despertador e 49,2% para jogar.
Videogame
– Os meninos jogam mais que as meninas: 70,8% a 60,5%, entre as crianças; 74,1% a 54,5% entre os adolescentes.
– Um dado preocupante é que 69,8% dos adolescentes compram jogos piratas.
Televisão
– Apenas 5,5% das crianças e 3,7% dos adolescentes não têm aparelho de TV em casa.
– 70,5% dos adolescentes comem assistindo TV e 33,9% das crianças têm TV no quarto.
* Realizado pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com o
Fórum Gerações Interativas, Ibope e Escola do Futuro (USP), o estudo
entrevistou 18 mil crianças e jovens com idades entre seis e 18 anos, dos
ensinos público e particular, nas zonas urbana e rural das cinco regiões do
país.
Os dados mostram que grande parte tem acessibilidade a conteúdos on line, no que diz respeito a entretenimento.
Sabendo-se que, os adolescentes têm grande facilidade em receber informação, fica evidente que, a mesma facilidade pode ser relacionada a expor informações. Um exemplo simples e objetivo: Redes Sociais.
Há principio, a grande explosão em massa do termo “redes sociais” no Brasil, foi o extinto – mas ainda suspirando – Orkut. Sua maneira de interação entre pessoas, comunidades e grupos não era novidade, mas em proporção, era gigantesco. Sua aposentadoria então veio com o lançamento do Facebook, criado por Mark Zuckerberg, que arrebatou e se espalhou rapidamente entre os jovens, que consecutivamente conquistou as crianças, mesmos as que não têm – em tese – idade para adentrar a rede azul.
Além do Facebook, temos muitas outras redes criadas para relacionamento, como por exemplo: Youtube, Twitter, Google Plus, Instagram, Ask-me (o pior na minha opinião), Whatsapp, SnapChat, Etc. Vamos falar de alguns desses mais a frente.
Voltando ao Facebook, para se criar o perfil, temos algumas coisas para preencher, nem tudo é obrigatório, mas alguns insistem ou são marcados como, por exemplo, local de trabalho. Observando-o, não parece tão perigoso esse tipo de informação, mas infelizmente não sabemos quem está do outro lado vendo nosso perfil, e um cargo como gerente de banco, pode sim trazer más intenções a sua segurança. Ao se criar um perfil, estamos indiretamente criando uma nova identidade, como um RGou CPF, mas nesse caso, muitos mascaram e se comportam como se fossem outra pessoa totalmente diferente. Muitos adolescentes criam a necessidade de curtidas, compartilhamentos, seguida de uma falsa sensação de popularidade entre seus “600 amigos”.
Nessa fase, os adolescentes descobrem e redescobrem, a cada dia, sua identidade e tudo o que se relaciona com suas atividades interfere nessa formação. O que eles não entendem na maioria das vezes é que a liberdade que a internet dá é real, mas é seguida seriamente pelas responsabilidades do que foi escrito/compartilhado. Você é diretamente responsável pelo que escreve, curte e compartilha!
É uma necessidade do ser humano sentir-se aceito e nessa fase de jovem, parece que essa necessidade supera todas as outras. A necessidade de TER supera a necessidade de SER. O que eu quero dizer com isso: Se, para que eu possa ser aceito em um grupo (TER), eu faço as coisas que eles fazem, mesmo que não seja o que eu acredito (SER).
Apesar de parecer pouco provável, o Facebook está sendo considerado, por muitos jovens, uma rede social morta, por um simples motivo: Pais. Muitos pais tem acessado o Facebook, criado perfis, e adicionando seus filhos. Essa atitude tem feito com que muitos jovens procurem outras redes para interagir para fugir dos “olhos curiosos” dos seus pais. Um estudo europeu– elaborado por Daniel Miller – feito em oito países, com jovens entre 16 e 18 anos, no qual o jornal The Guardian teve acesso, mostra que eles estão deixando o Facebook e migrando para outras redes como Twitter, Instagram, Whatsapp e SnapChat.
Apesar da evolução da tecnologia e redes sociais, em alguns casos buscamos facilidade em comunicação. Apesar da interatividade do Facebook ser potencialmente eficaz, a necessidade de se ter facilidade em enviar e receber mensagens e arquivos multimídia tornou o aplicativo Whatsapp a sensação da garotada – E adultos também!
Em suma, o Whatsapp envia e recebe mensagens e vários arquivos de multimídia como foto, vídeos, gravações de voz entre outros. Só é necessário que você e seu amigo tenham o aplicativo e o número de celular um do outro. E aí já começam alguns problemas. Muitos expõem seus números diretamente no perfil para que, quem tenha, possa adiciona-lo, ou seja, qualquer amigo seu da rede, até os “não conhecidos” podem ter acesso. A facilidade de compartilhamento pessoal e “secreto” do Whatsapp o tornou um grande problema. Muitos jovens se expõem em fotos e vídeos para seus “ficantes”, namorados, ou alguém que estão flertando pela internet. São fotos/vídeos com apelo sexual (decote, de calcinha), fotos nus ou até praticando sexo. A facilidade e ingenuidade com que eles se permitem fotografar e filmar, nessas situações, é preocupante. Quem acompanha a internet e site de noticias deve ter percebido o alto índice de jovens que foram expostos nessas situações, geralmente por seus ex-namorados (as) ou “ficantes”. As vitimas normalmente são meninas.
Nos últimos anos tem crescido entre os adolescentes o que se tornou conhecido como “Sexting”, que nada mais é do que tirar fotos com apelo sedutor e/ou sexual e compartilha-las. Por que isso é tão perigoso? Após o envio da foto, você perde total controle sobre a mesma. A pessoa que recebeu o arquivo pode salvar, copiar, compartilhar e publicar. Esse tipo de exposição pode acarretar problemas emocionais sérios, podendo resultar em suicídio, caso recorrente nos últimos tempos.
Na contra mão da “falta de controle” dos arquivos enviados, a nova sensação é o aplicativo SnapChat. Esse novo meio social é um aplicativo a base de imagens e vídeos, que têm um tempo útil – controlado pelo criador do conteúdo. Você pode enviar seu arquivo e escolher o tempo que a pessoa poderá visualizar, variante de 1 a 10 segundos (se não me engano). Quando o usuário receber o arquivo e abri-lo, a imagem ficará exposta pelo período desejado, sendo que, após o término do prazo, o mesmo será deletado do aparelho do receptor e do servidor. Além disso, ele tem um “sistema de segurança” que informa se seu conteúdo sofreu screenshots (print de tela). Em tese, isso poderia significar segurança, dando mais audácia aos jovens de publicar e enviar fotos sensuais. Mas nós estamos na era da internet, ôeeee (voz do Silvio Santos) e já foram criados programas que burlam esse sistema de segurança. Tenha em mente uma coisa: o que foi publicado na internet, pela internet, através da internet sempre estará na internet. Até mesmos fotos excluídas do Facebook podem ser encontradas na grande rede cibernética anos depois. A “linkagem” e indexação de arquivos é gigantesca e difícil de eliminar por total.
Outro ponto que está evidente é a falta de conhecimento básico na língua portuguesa. São “n” absurdos nas escritas dos jovens. “Agente” junto quando de trata de “nos”, com certeza escrito junto, entre outros. A necessidade de se escrever rápido na internet cria diversas novas palavras abreviadas, que vão desde o simples “VC” (Você) até absurdos como “CTTS” (Contatos). Isso sem mencionar escritas com letras repetidas. Vemos aqui um ponto que parece inofensivo, mas que torna nossos adolescentes lerdos, de raciocínio baixo e com falta de conhecimento escrito. Se ditar um texto, imagine só as catástrofes que iremos ver. Nos dias de hoje é fundamental ter uma boa escrita para entrar numa faculdade ou ter um emprego.
Existe uma necessidade de acompanhamento dos nossos jovens. Sendo praticamente impossível “defende-los” da tecnologia, devemos das diretrizes para que eles busquem coisas saudáveis e prefiram realizar um esporte ao invés de ficar 5 horas frente a um computador.
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