Para compreender o conceito de flexibilização curricular, é importante
referendar lgumas ideias gerais relacionadas ao termo flexibilidade curricular
analisados em discursos políticos e em documentos internacionais: “qualidade”,
“inclusivo”, “inovação”, “não-tradicional”, “não rígido”, “não homogêneo”,
“dinamicidade”, “movimento”, “atendimento ao local”. Relaciona, dessa forma,
uma ideia de currículo flexível a um trabalho pedagógico inclusivo, “que atenda
ao mesmo tempo a diversidade humana e à identidade cultural local”. Por esse
prisma é possível , baseado no que foi proposto pela atividade desse curso,
identificar o desafio do equilíbrio entre o que é comum e o que é individual
nas políticas de inclusão escolar de alunos com deficiência. Foi no texto da
Declaração de Salamanca que se fez referência ao conceito de flexibilidade
curricular, no entanto, a terminologia estava associada ao conceito de
“adaptação curricular”, expressão que era utilizada anteriormente com maior
frequência nos documentos oficiais e literatura na área da educação especial
O que flexibilizar?
Os componentes curriculares previstos em um Projeto Político-Pedagógico, os quais se prestam a:
- formar identidades e subjetividades (dimensão ôntica).
- formar sujeitos sociais envolvidos nas questões culturais, produtivas e políticas (dimensão práxica).
- formar sujeitos sociais envolvidos nas questões culturais, produtivas e políticas (dimensão práxica).
Um currículo deve garantir aqueles componentes que formam a identidade. Deve prever a flexibilização de componentes curriculares conexos, correlatos e afins àqueles que são imprescindíveis à formação identitária do homem e da mulher.
Como?
Observando a base legal sobre o assunto:
CF/88: autonomia didático-cientítica, administrativa e de gestão universitária.
LDBEN 9.394/96: a autonomia universitária e a possibilidade de flexibilização.
Plano Nacional de Educação (Lei 10.172 de janeiro de 2001):
Prevê diretrizes curriculares que “assegurem a necessária flexibilidade e
diversidade nos programas oferecidos pelas diferentes instituições de ensino
superior, de forma a melhor atender às necessidades diferenciais de suas
clientelas e às peculiaridades das regiões nas quais se inserem”.
Pareceres do CNE N° 776/97 e 583/2001 defendem:
Pareceres do CNE N° 776/97 e 583/2001 defendem:
- Maior flexibilidade na organização de cursos, de modo
a atender à crescente heterogeneidade da formação inicial e as expectativas e
interesses dos sujeitos que fazem a educação.
- profunda revisão da tradição que burocratiza cursos e se
revela incongruente com as tendências contemporâneas de considerar a boa
formação no nível de graduação como uma etapa inicial da formação continuada.
Princípios da Flexibilização:
- Articulação teoria-prática (práxis).
- Ensino-aprendizagem centrado na produtividade dos sujeitos envolvidos.
- Formação integrada à realidade cultural, econômica e
social.
- Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão
- Interdisciplinaridade aberta
- Permeabilidade às informações, conhecimentos, saberes e
práticas
- Vistas para uma educação continuada
Para que?
Articular domínio específico, domínio prático e domínio ético com a formação identitária e subjetiva de sujeitos da educação formal.
Romper com a linearidade positivista na produção e organização dos saberes humanos.
Superar o fordismo epistêmico, baseado na especialização estrita, rumo à uma formação híbrida e aberta à articulação entre domínio específico e domínios mais amplos requeridos pela ação humana no mundo.
Para que informações, conhecimentos e saberes sejam vistos na
perspectiva da provisoriedade e reconstrução contínuas.
Para se aprender a aprender sozinho e de maneira solidária, cooperativa.
Superar o modelo curricular [GRADE], dando ao estudante o direito de intervir na escolha do percurso curricular e formativo que deseja realizar na universidade.
Para se aprender a aprender sozinho e de maneira solidária, cooperativa.
Superar o modelo curricular [GRADE], dando ao estudante o direito de intervir na escolha do percurso curricular e formativo que deseja realizar na universidade.
E para questionar:
Os saberes humanos precisam mesmo ser disciplinares, hierárquicos, seqüenciados e artificialmente classificados? Eles ocorrem apenas na sala de aula?
“O processo de
disciplinarização pelo qual passa a construção da ciência moderna traz embutida
em si esta afirmação da equivalência entre saber e poder. Dividir o mundo em
fragmentos cada vez menores é facilitar o desenvolvimento de tecnologias que
possibilitem seu domínio” (GALLO, 1997, p. 118).
0 comentários:
Postar um comentário