terça-feira, 11 de julho de 2017

curso de Ciências religiosa do IESMA-MA

        
      Instituto de Ensino Superior do Maranhão-IESMA

      O Ensino Religioso na Formação Integral do Cidadão
                                    “O que mais me surpreende na humanidade, são os          "homens". Porque perdem a saúde para juntar dinheiro. Depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... ... E morrem como se nunca tivessem vivido”. 
                                                                                  Dalai Lama
                      
 1.                  Apresentação
 
Professor Correia
    A formação do ser humano não depende só da escola, mas de outras instituições, tais como: Família, Religião e Estado entre outros. Por outro lado, é papel da escola, dar continuidade a esta formação. Entretanto, tais instituições no que diz respeito aos seus princípios precisam caminhar em sintonia para completar a formação deste cidadão que queremos formar, para que haja o reconhecimento do outro, enquanto ser humano, e que esse espaço das relações humanas fique distante da exclusão.
A escola tenta contribuir para esta formação possibilitando aos educadores a compreensão de que o espaço de sala de aula é um lugar onde existem conflitos e diferenças, e o seu papel principal é estar aberta ao diálogo, e ao respeito. É através destes que os problemas muitas vezes são resolvidos.

         Tendo a compreensão de que a religião está presente na sociedade e em cada ser humano, o ensino religioso necessita de fundamentos epistemológicos, para direcionar a obtenção de resultados para formação integral. Em contrapartida, pela falha do sistema educacional brasileiro, pelo descumprimento da LDB/96, modificada em 97, e por não ter aplicabilidade efetiva e com profissionais qualificados para o ensino religioso, evidencia o desprezo dos valores intrínsecos no ser humano, gerados pela cultura religiosa, por não serem trabalhadas pedagogicamente nas escolas. Vale ressaltar ainda que, o ensino religioso também atuará intermediando o diálogo inter-religioso no ambiente escolar entre os discentes, desobstruindo a barreira que impede a tolerância religiosa.

             2                        EDUCAÇÃO INTEGRAL

         Não existe educação integral, quando o ensino religioso ainda não foi consolidado plenamente nas escolas brasileiras. Para Klein et. al.(2008, p. 85) “compreender seu universo espiritual é fazer avançar o conhecimento geral do ser humano”. Suprimir o ensino religioso é privar o indivíduo da formação integral, impedindo que amplie seu leque de conhecimento, das composições religiosas existentes, e possivelmente a sua própria composição religiosa. O Brasil, apesar do seu potencial econômico, existe uma desigualdade social que atinge todos os setores, a educação não alcança os pobres. Ao analisar esse fenômeno, Antunes disse que: A escola pública brasileira não é e nem poderia ser uma organização resiliente. Nosso sistema educacional não foi desenhado para produzir equidade. Não temos uma escola para pobres que funcione, dando mais para quem tem menos. (ANTUNES, 2015, p. 31) Uma educação integral deve considerar os valores culturais, sociais, econômicos e religiosos dos indivíduos, e promovendo interações por meio pedagógico valorizando saberes que o indivíduo carrega consigo. Educação integral não é ensinar uma religião, muito menos fazer proselitismo, mas significa fazer perceber a existência de valores transcendentais, que desabrocha no aluno, sendo que a escola é responsável para conduzi-los através de práticas pedagógicas desde quando o aluno inicia sua vida escolar até ao nível superior. 9 Os valores religiosos incutidos nos indivíduos, na cultura em que ele vive, eles chegam até a escola, e não podem ser reprimido ou entrar em conflitos. O ensino religioso corrobora com as práticas sociais valorizando o indivíduo com sua religiosidade, tornando os relacionamentos harmoniosos. Precisam ser valorizados, os princípios religiosos tais como: justiça; amor; bondade; verdade; solidariedade; respeito; alteridade e outros atributos e virtudes, impreterivelmente precisam ser direcionados pela escola, quando se pretende alcançar a formação integral do indivíduo.
                  
3-  Origem do conhecimento religioso

 Implica na crença de verdades obtidas de forma divina ou sobrenatural, e desta forma são geralmente infalíveis e cujas evidências não podem ser comprovadas, sendo geralmente relegadas à fé ou crença pessoal.
         O conhecimento resulta das respostas oferecidas às perguntas que o ser humano faz a si mesmo e ao informante. Às vezes para fugir à insegurança, resgatando sua liberdade, ele prefere respostas prontas, que apaziguam a sua ansiedade. A Raiz do fenômeno religioso encontra-se no limiar dessa liberdade  e dessa insegurança. O homem finito, incluso, busca fora de si o desconhecido, o mistério, transcende. Esse fenômeno religioso, é a busca do ser, frente à ameaça do não ser.

          A humanidade tem quatro respostas possíveis como norteadoras do sentido da vida após a morte:

A Ressurreição, reencarnação, ancestral, o nada

Cada uma dessas respostas organiza-se num sistema de pensamento próprio, obedecendo a uma estrutura comum, onde  são retiradas os critérios para a organização  e seleção dos conteúdos e objetivo do ensino religioso.

4       AS QUATRO LINHAS FILOSÓFICAS DO CONHECIMENTO DA RELIGIÃO
1º Fenômenos da ressurreição-preconizado dentro do cristianismo.
2º Fenômenos  da Reencarnação -tipicos  de muitas culturas orientais .
3º Fenômenos  ancestrais
4º Fenômeno – O  Nada. A vinda do homem do nada. Nada existe após a nossa existência. Essas são as quatro linhas filosóficas de pensamento referente ao tema  
         É do estudo sobre a resurreiação, reencarnação, da mitologia, dos nossos ancestrais , da nossa origem mitológica, seja ela grega,indiana, africana, ou falando do nada ligado ao lateismo que vamos construir correntes filosóficas. São essas que devem ser trabalhadas em sala de aula. A partir dai  teremos os conteúdos (quatro fontes) estabelecidos a partir de :
Filosofia da tradição religiosa: A idéia do transcendente na visão tradicional e atual;
História e tradição religiosa: A Evolução da estrutura religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos;
Sociologia e tradição religiosa: As determinações da tradição religiosa na construção mental do inconsciente pessoal e coletivo (porque toda ideologia religiosa tem uma função política )
 Psicologia e tradição religiosa: As determinações da tradição religiosa na construção mental do inconsciente pessoal e coletivo-também é uma forma de estabelecer conteúdos para ser ministrados na disciplina religiosa.
Esses são os quatro grupos do ponto de partida para o conhecimento religioso
Filosofia da tradição religiosa: Existe algo maior do que nós, algo inteligente, um principio ativo que alguns pode chamar de Deus, outros podem chamar de Jeová,Alá ,outros vão chamar de absloluto , algo  que transcende à nossa existência , é nesse transcendente ,dessa filosofia da tradição religiosa do transcendente  que se pauta a nossa primeira origem de fonte do conhecimento do ensino religioso . Faz parte desses estudos também a  história e a tradição religiosa.

         -História e a tradição religiosa

 A  Eevolução e a estrutura da tradição religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos vai nos fornecer os conteúdos a ser ministrado no ensino religioso, como terceira fonte do conhecimento ou forma de estabelecer e organizar o conteúdo a ser ministrado no ensino religioso.
 Sociologia e tradição religiosa: porque toda ideologia religiosa tem uma função política

5-O ENSINO RELIGIOSO CONTRIBUI PARA A VIDA COLETIVA DOS EDUCANDOS , NA PESCPECTIVA UNIFICADORA E NÃO DIFUSORA .

          O ensino religioso é a disciplina de oferecimento obrigatório  por parte do Poder Público , embora as matrículas seja facultativa , a idéia do ensino religioso  não é converter o indivíduo , ao contrário, é apresentar as  várias correntes  e doutrinas filosóficas  que fundamentam a nossa existência, ou as que não fundamentam .
         Sobre a necessidade do  Ensino Religioso nas escolas de Formação Integral, o  Artigo 33 da LDB   afirma que o ensino religioso é parte integrante  da formação básica do cidadão . O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurando o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo”. (ação ou empenho de tentar converter uma ou várias pessoas em prol de determinada causa, doutrina, ideologia ou religião).
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, pode ser ensinadas a amar. Nelson Mandela

6       RAZÃO DE SER DO ENSINO RELIGIOSO-

                             Diálogo religioso

              
                             A Constituição Brasileira diz que a liberdade de consciência e de crença é inviolável e que é garantida por lei a proteção aos locais de cultos e suas liturgias
A Declaração Universal dos Direitos humanos diz que toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

          A razão de ser do Ensino Religioso tem sua fundamentação na própria função da escola: O conhecimento e o diálogo. A Escola é o espaço de construção do conhecimento e, principalmente, de socialização dos conhecimentos historicamente produzidos e acumulados. E, como todo conhecimento, é patrimônio da humanidade, o conhecimento religioso deve também estar disponível a todos que a ele queiram ter acesso, como determina Art. 210 da CF de 88 .Parágrafo 1º (§ 1º) O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.
 Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.
         Além da LDB, a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (PCNER), marca um passo histórico da educação brasileira.
         Pela primeira vez, pessoas de várias tradições religiosas, enquanto educadores conseguiram elaborar uma proposta pedagógica para o Ensino Religioso, tendo como objeto de estudo o fenômeno religioso, sem proselitismo, mediante amplo processo de reflexão sobre os fundamentos históricos, epistemológicos e didáticos desse componente curricular, explicitando seu objeto de estudo, seus objetivos, seus eixos organizadores e seu tratamento didático. Este documento foi entregue ao Ministério da Educação (MEC) em outubro de 1996 e editado pela Editora Ave-Maria em 1997.
                       7                   Síntese do PCNER

         No capítulo 01, o documento apresenta brevemente os elementos históricos do Ensino Religioso no Brasil, destacando a mudança da compreensão de Ensino Religioso, que parte do ensino da religião oficial no Império, chegando aos dias atuais como ensino que atende a uma sociedade pluralista.
Apresenta, ainda, a Escola como espaço socializador do conhecimento através dos conteúdos, tendo a responsabilidade de fornecer as informações e responder aos aspectos principais do fenômeno religioso, presente em todas as culturas e em todas as épocas.
No capítulo 2, destaca-se o fenômeno religioso como a busca pelo sentido da vida além morte. Nessa busca, a humanidade formula quatro respostas possíveis. Em função delas, propõem-se os pressupostos para a organização e seleção de conteúdos para o Ensino Religioso na escola, com os eixos organizadores e seus conteúdos, o tratamento didático e os pressupostos para avaliação.
No capítulo 3, apresenta-se o tratamento do Ensino Religioso em cada ciclo do ensino fundamental com sua caracterização, objetivos, pressupostos para avaliação, bloco de conteúdos e o respectivo tratamento didático.

         8   Sobre o conhecimento, o que dizer

         O conhecimento resulta das respostas oferecidas às perguntas que o ser humano faz a si mesmo e ao informante. Às vezes para fugir à insegurança, resgatando sua liberdade, ele prefere respostas prontas, que apaziguam a sua ansiedade. A Raiz do fenômeno religioso encontra-se no limiar dessa liberdade  e dessa insegurança. O homem finito, incluso, busca fora de si o desconhecido, o mistério, transcende. Esse fenômeno religioso, é a busca do ser, frente à ameaça do não ser.
          A humanidade tem quatro respostas possíveis como norteadoras do sentido da vida após a morte:

A Ressurreição, reencarnação, ancestral, o nada

Cada uma dessas respostas organiza-se num sistema de pensamento próprio, obedecendo a uma estrutura comum, onde  são retiradas os critérios para a organização  e seleção dos conteúdos e objetivo do ensino religioso.
9-AS QUATRO LINHAS FILOSÓFICAS DO CONHECIMENTO DA RELIGIÃO
1º Fenômenos da ressurreição-preconizado dentro do cristianismo.
2º Fenômenos  da Reencarnação -tipicos  de muitas culturas orientais .
3º Fenômenos  ancestrais
4º Fenômeno – O  Nada. A vinda do homem do nada. Nada existe após a nossa existência. Essas são as quatro linhas filosóficas de pensamento referente ao tema  

         -Com o Estudo sobre a ressurreição serão construídos as correntes filosóficas.

         É do estudo sobre a resurreiação, reencarnação, da mitologia, dos nossos ancestrais , da nossa origem mitológica, seja ela grega,indiana, africana, ou falando do nada ligado ao lateismo que vamos construir correntes filosóficas. São essas que devem ser trabalhadas em sala de aula. A partir dai  teremos os conteúdos (quatro fontes) estabelecidos a partir de :
Filosofia da tradição religiosa: A idéia do transcendente na visão tradicional e atual;
História e tradição religiosa: A Evolução da estrutura religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos;
Sociologia e tradição religiosa: As determinações da tradição religiosa na construção mental do inconsciente pessoal e coletivo (porque toda ideologia religiosa tem uma função política )

 Psicologia e tradição religiosa: As determinações da tradição religiosa na construção mental  do inconsciente pessoal e coletivo –também é uma forma de estabelecer conteúdos para ser ministrados na disciplina religiosa . Essa quatro fontes já foram indagadas em questões de provas
Esses são os quatro grupos do ponto de partida para o conhecimento religioso

Filosofia da tradição religiosa: Existe algo maior do que nós, algo inteligente, um principio ativo que alguns pode chamar de Deus, outros podem chamar de Jeová,Alá ,outros vão chamar de absloluto , alque que transcende à nossa existência , é nesse transcendente ,dessa filosofia da tradição religiosa do transcendente  que se pauta a nossa primeira origem de fonte do conhecimento do ensino religioso . Faz parte desses estudos também a  história e a tradição religiosa.

         10 História e a tradição religiosa

 A  Eevolução e a estrutura da tradição religiosa nas organizações humanas no decorrer dos tempos vai nos fornecer os conteúdos a ser ministrado no ensino religioso, como terceira fonte do conhecimento ou forma de estabelecer e organizar o conteúdo a ser ministrado no ensino religioso.
         O Ensino Religioso por ser incluído na área do conhecimento propicia ao educando se tornar sujeito da sua própria construção do conhecimento, sujeito da história e da sociedade em que vive
.
         11-Missão dos educadores para um ensino religioso na formação integral do cidadão

Os educadores têm a missão de dialogar, acolher, corrigir e orientar a turma através de uma educação libertadora que inclua todos, tais como: educandos, pais, funcionários, das escolas. Enfim toda comunidade escolar envolvida no processo de uma formação cidadã, que respeita as diferenças, que educa para viver e conviver com o outro.

         Para compreendermos o Ensino Religioso como formação integral do cidadão, faz-se necessário delinear quatro ênfases da presença da Igreja na sociedade através das escolas confessionais. Essas ênfases manifestam-se de uma forma variada no Ensino Religioso. Algumas vezes, evidenciam-se através de um contexto mais regionalizado. Outras vezes, através de um posicionamento individual do/a educador/a.

Estas  ênfases não visa desenvolver uma crítica, mas traçar uma modesta tipologia, com a ressalva de que num determinado contexto e ambiente educacional pode ocorrer uma mescla de diversas ênfases, caracterizando-se, assim, uma nova ênfase.

         1) Ênfase Missionária-evangelizadora, que pode assumir várias formas: desde uma mais amena ou difusa, como um sinal da presença da Igreja na sociedade, até formas mais incisivas. A escola é vista e tratada como um espaço onde se podem conseguir novos adeptos para o respectivo grupo religioso. Para tanto são desenvolvidas atividades evangelizadoras. Outra forma mais amena é a ação evangelizadora com o intuito de se conseguir adeptos para uma determinada proposta religiosa.

                2)E Ênfase  Diaconal-Profética, em que a Igreja se coloca a serviço da educação, dispondo-se a auxiliar no que for necessário e a desempenhar um papel crítico frente às propostas educacionais vigentes e às políticas sócio-econômicas. Nesta ênfase, o Ensino Religioso na escola não é visto como catequese, mas como formação humana mais crítica e está inserido solidariamente na realidade social.

          3) Ênfase  na dimensão da cidadania, em que a presença da Igreja na escola é vista como contribuição à formação integral do cidadão. Neste aspecto, o Ensino Religioso preocupa-se, essencialmente, com a instrução dos princípios éticos cristãos. Nestas duas últimas ênfases abre-se a possibilidade de um diálogo ecumênico e multicultural.

          4) Ênfase- extensão da catequese paroquial na escola.
Esta, embora rejeitada na teoria, continua fortemente presente na prática educativa do Ensino Religioso. Ou seja, o ensino religioso na escola é visto e utilizado como extensão da catequese paroquial. Nesta perspectiva o conteúdo do Ensino Religioso visa à preparação para a profissão de fé na Confirmação dos diferentes credos religiosos  

        12-Os critérios para a análise dos referenciais

A opção por uma dessas ênfases passa pelas seguintes perguntas:

1) Quem são os sujeitos integrantes da escola? e
2) Qual é o caráter próprio da escola?
3) Quem estabelece o referencial para a análise e quem a faz?

O referencial

 a) O nosso ponto de partida para a análise é a Igreja, como instituição matriarcal do Ensino Religioso, ou é a Escola como pais adotivos de um eterno pré-adolescente. Ou seja, alguém que busca a autonomia, deseja ter uma identidade própria, mas que, nas primeiras dificuldades, nos primeiros conflitos, corre para o “colo materno”
 Se for a Igreja, então é ela que determina o conteúdo, forma os/as educadores/as e estabelece a natureza do Ensino Religioso. Se for a Igreja, este tem a tendência de assumir um caráter de confessionalidade que possa resultar numa opção de fé pessoal.

Se for a Escola, então é ela que irá determinar os conteúdos, formar os educadores e estabelecer a natureza do Ensino Religioso a partir da sua realidade. Neste caso, o Ensino Religioso assumirá muito mais um caráter antropológico do que religioso. * Se for a Igreja, haverá uma maior tendência à vivência da religiosidade e uma menor ênfase na construção de um conhecimento religioso. Se for a Escola, haverá maior ênfase no conteúdo do que na vivência religiosa dos/as estudantes. * Se for a Igreja, prevalecerão os conteúdos confessionais daquela ação religiosa que terá maior presença de alunos ou maior influência sobre a Escola. Haverá, conseqüentemente, algum destaque para a tradição eclesial e teológica da referida Igreja e um exercício de poder. Se for a Escola, prevalecerão os conteúdos comuns das pessoas integrantes da Escola.

b) A opção por um desses pontos de partida implica a necessidade de uma clareza: — da dimensão eclesial da referida opção; — das implicações pedagógicas para a Escola e — da filosofia educacional da própria Escola.
UM BREVE HISTÓRICO DO ENSINO RELIGIOSO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.

13 OS PARÂMETROS CURRICULARES E SUA ABORDAGEM HISTÓRICA NA EDUCAÇÃO.

                A concepção de Ensino Religioso presente nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) vislumbra novas perspectivas para a sua prática pedagógica. Essa consideração é fruto do processo histórico de evolução da disciplina em nosso país. Podemos considerar inovadores seus pressupostos, que servem de fundamento à ação docente. Os apontamentos, de caráter normativo, presentes nos (PCN’s) representam uma verdadeira mudança paradigmática no Ensino Religioso. Com esse cenário de transformação será possível analisar sua incursão histórica.

         Aspectos históricos do Ensino Religioso no Brasil-linha do tempo.
         Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, (2002, p.12-17) na História do Ensino Religioso e de suas concepções ainda permanecem no imaginário de muitos setores, que consideram o Ensino Religioso ainda como elemento eclesiástico na Escola e não como disciplina regular, integrante do sistema escolar. Isso por conta dos princípios que regem as relações: Estado- Igreja – Política – Religião.

          - Primeira Fase – 1500- 1800

Nesse período a ênfase é a integração entre escola, igreja, sociedade, política e economia. O objetivo básico é ativar os alunos para que se integrem nos valores da sociedade. Embora com diferenciações, o projeto religioso da educação não conflita com o projeto político dos reis e da aristocracia. É a fase da educação sob o motivo religioso. O que se desenvolve é a evangelização segundo os esquemas da época, a cristianização poder delegado por Roma. Dessa forma, o que se desenvolve como Ensino Religioso é o Ensino da Religião oficial, como evangelização dos gentios e catequese dos negros, conforme os acordos estabelecidos entre o Sumo Pontíficie e o Monarca de Portugal.

Segunda Fase - 1800 a 1964

A educação é referendada pelo Estado-Nação. O objetivo é a escola pública, gratuita, laica, para todos. A educação mantém-se vinculada ao projeto da sociedade. A Escola e o professor continuam sujeitos a um projeto amplo, unitário, agora sob direção do Estado; o processo educacional e o professor são acionados em função do projeto global. Sendo o Ensino Religioso uma disciplina, a preocupação em ponderar e formular sem ambigüidade os seus pressupostos, se faz necessário apresentar reflexões e pesquisas sobre questões como: o sentido da vida, o ser humano, o bem e o mal e acima de tudo a religião. Essa preocupação apresenta uma diversidade de visões do ser humano que servem de referenciais para afirmar a necessidade de determinados elementos na busca de organizar uma sociedade perfeita.

         Monarquia Constitucional - 1823 a 1889

O Ensino Religioso é submetido ao esquema do protecionismo da metrópole. O fio condutor é o texto a Carta Magna de 1824, que mantém a “Religião Católica Apostólica Romana, a Religião oficial do império”, em seu artigo 5º-. A religião passa a ser um dos principais aparelhos ideológicos do Estado, concorrendo para o fortalecimento da dependência ao poder político por parte da Igreja. Dessa forma a instituição eclesial é o principal sustentáculo do poder estabelecido, e o que se faz na Escola é o Ensino da Religião Católica Apostólica Romana. Tais soluções, emanadas pela Igreja Católica em geral, o próprio Ensino Religioso só leva em consideração as determinações, as quais obedecem literalmente ao sistema das instituições educacionais que superdimensionam o poder transformador da escola como instituição socializante capaz de envolver a todos os membros de uma sociedade no processo de seus valores dominantes.

         Implantação do Regime Republicano -1890 a 193

          O Ensino da Religião passa por questionamentos, uma vez tomado como principal empecilho para a implantação do novo regime, em que separação entre Estado e Igreja se dá pelo viés dos ideais positivistas. E assim mesmo, perante a proclamada laicidade do ensino nos estabelecimentos oficiais, o Ensino de Religião esteve presente, pelo zelo de fidelidade dos princípios estabelecidos sob a orientação da Igreja Católica. Mesmo havendo questionamentos para novos tratamentos para com o Ensino Religioso a Igreja Católica fortifica cada vez mais o seu domínio, omitindo progresso na separação do cristianismo e do direito ao culto da diversidade religiosa no Brasil, comportamento este que só encontrou embasamento na área da Filosofia.

         - Período de Transição -1930 a 1937

          O Ensino Religioso é inicialmente admitido em caráter facultativo, através do Decreto de 30 de Abril de 1931, por conta da Reforma de Francisco Campos. Na Constituição de 1934 é assegurado nos termos do artigo 153: “O ensino religioso será de” matrícula facultativa e ministrada de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais e responsáveis e constituirá a matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais. Este é o marco de todas as concepções sobre o Ensino Religioso, presentes nas discussões sobre a matéria, nos sucessivos períodos de sua regulamentação, desde a Carta de 1934 até a Lei Maior vigente, e da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

14     - Estado Novo – 1937 a 1945

          Nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, é efetivada a Reforma “Francisco Campos”. O Ensino Religioso perde o seu caráter de obrigatoriedade, uma vez que não implica em obrigação para professores e alunos, nos termos do artigo133 da Constituição de 1937. O Ensino Religioso é admitido em caráter facultativo, após amplas discussões a favor e contra sua inclusão na Carta Magna de 1934,

         Terceiro Período Republicano-1946 a 1964

 Nos escritos dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso (2002, p.15-16), o Ensino Religioso é contemplado como dever do Estado para com a liberdade religiosa do cidadão que freqüenta a escola. Apesar de a Lei Maior pretender orientar o processo de redemocratização e garantir o espaço do Ensino Religioso na Escola, a regulamentação do dispositivo constitucional na Lei de diretrizes e bases 4024/ 61 artigo 97, é transportada da Carta Magna de 1937 quase na íntegra.

 O Ensino Religioso, nesse período, é tratado como uma disciplina que sempre tem sido planejada em portas fechadas e parece nunca ter contato com sala de aula, embora tenha sido contemplado como dever do Estado, os problemas, continuam através das discriminações, recursos materiais, recursos humanos e organizacionais, resultando em um evidente padrão de ensino.
         15 - Terceira Fase - 1964 a 1996

Nesta fase cai por unanimidade o projeto unitário do Ensino Religioso. A Escola deixa de ser o espaço coerente e privilegiado. Nos parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso, com maior universalização do ensino, as mazelas e contradições da sociedade são trazidas para a Escola. O Estado não será mais a única referência, pois as diversas forças sociais e profissionais se articulam para assumir sua responsabilidade, dirigindo novas modalidades de funcionamento da ação escolar.

- Quarto- Período Republicano – 1964 – 1984

         Para os Parâmetros Curriculares do Ensino Religioso, os avanços democráticos alcançados pela sociedade brasileira são interrompidos. Inicia-se a ditadura militar no Brasil. O conceito de liberdade passa pela ótica da segurança nacional. Nesse contexto, o Ensino Religioso é obrigatório para a Escola, concedendo ao aluno o direito de optar pela freqüência ou não, no ato da matrícula.

- O Período de 1986 até a Lei Nº 9.475 de 1997

 Nesse período, na visão dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino Religioso, acentua-se na escola o processo de rupturas com as concepções vigentes de educação pela dimensão da crise cultural que se instaura em todos os aspectos da sociedade. É o chamado período de “redemocratização” e da afirmação das políticas neoliberais. Frente à crise e aos paradigmas que apontam possibilidades e geram incertezas, também o Ensino Religioso busca a sua redefinição como disciplina do conjunto curricular. A partir destas décadas o conceito de Ensino Religioso procura definir os seus processos educacionais, adequando a liberdade de escolha do educando à medida que a cultura e a sociedade forem se complexificando.
O Ensino Religioso é visto como alvo de esperança, o ensinamento não será uma mera repetição, mas uma reflexão assegurada em seu espaço, assumindo o seu perfil traçado com clareza dentro do projeto pedagógico, assumido pela sociedade e instituições representadas e determinadas para a administração dos seus bens no contexto global da educação.
      
         16— Ensino Religioso como direito do cidadão

No momento em que o Ensino Religioso busca a total reumanização da pessoa e descobre a racionalidade das relações afetivas, ele pode constatar que é parte integrante do processo global de ensino, que favorece o crescimento íntegro e integral do ser humano. Dessa forma, estaríamos evitando uma imagem fragmentada do ser humano que precisa de diferentes espaços e diferentes mediadores e mediações educativas para a sua formação integral.
 Nesta dimensão, o Ensino Religioso Escolar não pode ser compreendido nem como uma concessão do Estado nem como um direito da Igreja. Ele deve ser compreendido como um direito do cidadão.

— Ensino Religioso e cidadania

O Ensino Religioso, no seu processo educativo, quer ajudar a Escola, o estudantado e o corpo docente a perceberem que o nosso compromisso educacional transcende o momento educativo. O Ensino Religioso não tem como limite as paredes do estabelecimento, da sala de aula. Ele tem sentido na medida em que aquilo que faz abrange toda a vida, envolve o cotidiano. Portanto: *
 O Ensino Religioso como direito de formação integral visa ajudar a pessoa a desenvolver uma vivência e uma filosofia de vida fundamentada na ética, na justiça, nos direitos humanos e na defesa da dignidade do ser humano.

         — Educar para a sabedoria

Desejo relembrar alguns aspectos da reflexão de Gottfried Brakemeier apresentada no Encontro de Diretores e Coordenadores Pedagógicos:
a)    Sabedoria
No nosso fazer educativo, devemos saber anexar à ciência a sabedoria. O conhecimento científico, a construção do conhecimento não traz automaticamente consigo a sabedoria de vida nem o discernimento entre o bem e o mal. Devemos reconhecer que o Ensino Religioso, por si só, também não o faz automaticamente.

b)   Ética da dignidade

E necessário aprender a contrapor a ética da dignidade aos interesses pessoais. A ética da dignidade, contudo, não exclui as necessidades pessoais, mas não permite que elas se sobreponham em prejuízo da coletividade ou mesmo de outros indivíduos. A ética da dignidade é fortemente crítica em relação ao corporativismo e ao individualismo. Ela é crítica, inclusive, frente àquilo que nos traz benefícios pessoais e comunitários, mas não corresponde à ética.

         .       17             O ensino religioso no século XXI
                                                 “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, pode ser ensinadas a amar”. Nelson Mandela
O fenômeno religioso apresenta uma grande parcela de domínio na constituição do imaginário social das pessoas, onde podemos notar que sua influência é detectada também nas esferas politica, econômica e social. A escola dos dias atuais necessita estar caracterizada como um lugar de diálogo com vista à diversidade dos saberes religiosos, isto é, estamos partindo da compreensão de que essa instituição social deve se tratar de um ambiente que irá proporcionar trocas de informações necessárias para a formação da personalidade dos seus alunos. Podemos dizer então, que sua finalidade se constitui em ajudá-los a ter coerência em suas concepções de mundo. Ao olharmos para o contexto histórico da sociedade brasileira podemos enxergar que a religião deteve um monopólio de credibilidade em todo o meio social, incluindo o escolar, configurado na razão de que os discursos em sala de aula no ensino religioso  serviam para confirmar a realidade de um único mundo religioso, que seria o do cristianismo. A instituição escolar deve ter como seu maior compromisso levar os estudantes a práticas de democratização cultural e social, onde, nesse contexto, entendese que “o ensino religioso deve estar no currículo escolar para auxiliar cada ser humano a se encontrar consigo, com o outro, e com o transcendente, a partir das experiências que cada um traz para o diálogo construtor de novas realidades”(FUCHS, 2005, p.25). A pluralidade religiosa presente no território nacional precisa ser compreendida - tanto pelos professores quanto pelos alunos, como uma riqueza para o país, configurado no fato de que na disciplina de ensino religioso precisa instaurar uma interpenetração entre as religiões. A escola, por se caracterizar como espaço socializador do conhecimento, deve ter inserida em seu contexto o ensino sobre a religião, pois entendemos que o conhecimento religioso é também um conhecimento humano, e que o mesmo deve estar acessível a todos aqueles que buscam uma maior expansão de seus horizontes para reflexão histórica das produções humanas. No espaço da sala de aula, iremos caminhar no sentido do conhecer para compreender as diferentes religiões, com vista ao estabelecimento de relações positivas, A escola atual precisa ter a função de promover reformas direcionadas a favorecer o processo de aculturação mútua e pluralista entre educadores e educandos. Temos a visão de que, no mundo atual, o diálogo inter-religioso se constitui como um elemento fundamental para inserimos no contexto de uma sociedade pluralista a noção de tolerância, detectado o fato de que sua inexistência trará para a nação a opressão e o autoritarismo religioso: A liberdade se torna a condição para a tolerância, esta surge quando nos importam as diferenças existentes entre as pessoas e nós a aceitamos como um enriquecimento, ou seja, se trata da constatação positiva do valor da diferença como única forma de garantir a consciência plural, na forma de condutas de flexibilidade e autocontrole (SERRANO, 2002, p.50). O ensino religioso vai contribuir para que os alunos adquiram um olhar mais amplo sobre a realidade, onde o objetivo é fazer com que se concretize uma ressignificação de suas ações a respeito do fenômeno religioso, pois temos em consideração que a maior riqueza da humanidade é a diversidade posta em comunhão. O espaço escolar deve ser um ambiente em que venhamos desenvolver no pensamento dos alunos a ideia de combate à discriminação - seja racial, seja étnica, e incluindo também a religiosa - pois temos a compreensão de que manifestações de fundamentalismo religioso se caracterizam como danosas à sociedade do século XXI. O ensino religioso trará uma enorme contribuição para o entendimento da religiosidade humana. É necessário trazer para educação um espirito de reverência às crenças alheias. Partimos da hipótese que é na dinâmica educativa que surgirá nos alunos um desejo em aprender sobre a totalidade da vida e do mundo que o cerca, já que encontrarão de forma explícita nesta matriz curricular assuntos que tratarão das variadas formas de conhecimentos culturais advindas das várias religiões existentes no mundo. A sala de aula no ensino religioso será marcada pelas diferenças, a partir disso, entende-se que este ensino se torna um desafio para os educadores, pois será exigido que os mesmos venham possuir uma postura que venha garantir a liberdade de opinião sobre as diferentes religiões por parte dos alunos, ou seja, este lugar deve ser tido como Diversidade Religiosa, ideal para construção da identidade individual, sempre lembrando que deve-se ter o cuidado de combater a desigualdade. Pois como pensa Candau (2000, p. 130): A diversidade ao estar inserida no processo educativo, vai resultar num estimulo à busca de um pluralismo universalista que contemple as variações da cultura, isto vai requerer tanto de alunos como de professores, mudanças importantes de mentalidade e fortalecimento de atitudes de respeito entre todos e com todos. O ensino religioso vai se configurar, no final das contas, numa área de conhecimento da educação básica com objetivo de formar a consciência dos alunos, tendo principal base que o sustente a inclusão da diversidade religiosa ou seja, ela se trata de um processo educativo religioso com vista ao desenvolvimento de uma sensibilidade solidária baseada numa perspectiva interpessoal em relação às opções de fé dos outros. Precisamos ensinar aos alunos em sala de aula a necessidade de renunciar à violência religiosa, dando-lhes dessa maneira um espirito aberto para a compreensão da crença do outro, os mesmos devem ser formados com vista a desenvolverem atitudes desprovidas de arrogância nas relações entre as religiões, já que se torna importante uma abordagem intercultural que permita um novo prisma de saberes sobre a humanidade, isto faz o principal objetivo ser o auxiliar os jovens na edificação de conhecimentos respeitosos e solidários em relação às religiões, pois entende-se que “para uma verdadeira compreensão das pessoas e dos povos, é preciso partir das realidades profundas de cada ser humano e de cada povo, o que exige humildade e honestidade de quem os analisa”(STUMER, 2008, p.84).
         18-Ensino Religioso estar politicamente a serviço da sociedade.
O ensino religioso precisa estar politicamente a serviço do desenvolvimento da sociedade, partimos da ideia de que a compreensão entre pessoas de culturas diferentes é o resultado de uma aprendizagem, onde a função da escola em relação à formação da personalidade consiste em fixar os marcos de referência que permitirão a cada um escolher e construir sua identidade Este componente curricular tem o papel pedagógico de levar os alunos à reflexão, pois é necessário fazer com que os mesmos cheguem ao reconhecimento da existência da diversidade religiosa, isto significa dizer que o docente terá a função de dar aos seus alunos a oportunidade de construir suas próprias visões acerca das religiões, conduzindo-os a enxergar o universo religioso com um outro olhar, onde aprenderão a se conhecer, para que possam se relacionar consigo mesmo e com os outros: Uma pessoa multicultural seria aquela que está intelectual e emocionalmente comprometido com a unidade fundamental de todo ser humano, na medida em que reconhece, legitima, aceita e aprecia, ao mesmo tempo, as diferenças fundamentais que existem entre povos com culturas diferentes, pois o homem multicultural é reconhecido pela configuração de atitudes mentais e pontos de vista abertos a diversidade de experiências(WURZEL , 1988, p.7). Através do ensino religioso, o professor vai oferecer uma proposta educacional que implique no acolhimento do diferente como diferente, sem ser considerado como “superior” ou “inferior”. Esse profissional deverá trabalhar numa perspectiva de um ensino multicultural, pois compreendemos que o poder de uma cultura majoritária pode nos impedir e ver e aceitar a existência, valor e a riqueza presentes em outras, temos como hipótese que se desejamos conhecer bem nossa cultura e potencializar nossa identidade, precisamos abrir-nos a realidades diferentes, onde a religião “vai representar para nós um conjunto de valores únicos, já que por meio de suas tradições e formas de expressão cada povo pode manifestar plenamente sua presença no mundo”(SERRANO, 2002, p.51). A educação desempenha um papel essencial no longo processo que implica na formação para a tolerância, para a convivência, os alunos precisarão serão influenciados em seu pensar, com vista a contribuir com que venham a desenvolver uma atitude de aceitação do outro, tal como ele é, e não como gostariam que fosse. Passamos a enxergar que este componente curricular ao ser inserido em âmbito escolar, não poderá de forma alguma, se resumir num estudo histórico a respeito das religiões, pois o enxergamos muito mais além desse prisma, o mesmo deve ser compreendido como um instrumento capaz de desenvolver nos alunos a capacidade de reflexão, discernimento, julgamento e comunicação. Uma das principais finalidades da educação consiste em produzir um melhoramento nas capacidades de cada aluno, com vista a integra-lo de modo eficaz no meio social e cultural, por essa concepção, compreendemos que as mudanças culturais e sociais precedem as da personalidade. A existência de uma disciplina curricular que trate de assuntos ligados à natureza do ser humano, tendo caracterizado como uma de suas dimensões também a dimensão religiosa, trará consequências para a vivência entre os indivíduos, que ao estarem em um mesmo espaço de convívio, certamente encontrarão em suas diferenças, possibilidades para terem disposição em conhecer, aceitar, e ouvir o diferente.

               19       S I G LAS E A BR EVI AÇ Õ ES
ABESC Associação Brasileira de Escolas Superiores
 AC Ação Católica
 AEC Associação das Escolas Católicas
ANAMEC Associação Nacional de Mantenedoras de Escolas Católicas
ANDE Associação Nacional de Educação
ANPEd Associação Nacional de Docentes de Ensino Superior
ANPER Associação Nacional de Professores de Ensino Religioso
AP Ação Popular
ASPER Associação de Professores de Ensino Religioso
ASTE Associação de Seminários Teológicos Evangélicos BA Bahia
CBC Convenção Batista Catarinense
 CBE Conferência Brasileira de Educação
CBJP Comissão Brasileira de Justiça e Paz
CCJC Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
 CEB Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação
 CEB’s Comunidades Eclesiais de Base
CECD Comissão de Educação, Cultura e Desporto
CEP Comissão Episcopal de Pastoral
 CEPAC Centro de Pastoral Catequética
CERE Curso de Ensino Religioso

Fórum Nacional Permanente do Ensino Religiosa (FONAPER)

                             



      
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